sexta-feira, 7 de maio de 2010

Goodbye Solo (Goodbye Solo)




Bom, aqui vai mais uma crítica de um filme que posso dizer que gostei muito, mesmo. É um filme independente norte-americano que me chamou a atenção pela história despretensiosa. Sempre gostei de filmes independentes, mas como eu já tinha dito na crítica de Garota Fantástica, eles começaram a ser absorvidos por Hollywood de forma tão rápida que nem mesmo um diretor lançou um filme de sucesso, ele já é contratado pra fazer outro e acaba perdendo um pouco o clima.Baixo orçamento, utilização de atores ótimos desconhecidos e geralmente um ator conhecido mas que não frequenta mais o mainstream, aliado a um bom roteiro, rende um bom filme.

Nesse caso, o filme é bom, muito bom. Não é um drama de fazer chorar, mas de fazer pensar. A história gira em torno de duas personagens, Solo, um taxista imigrante que vive em Salem e William, um aposentado que decide pagar ao taxista mil dólares para que o deixe em data determinada na Blowing Rock, montanha próxima à cidade, sem pedido de retorno. A ideia do roteirista de deixar claro para o espectador as intenções de William e o espanto de Solo aparecem na primeira cena. Solo, porém, representa no filme o imigrante invisível. Aquele que dirige o táxi que as pessoas andam, que cozinha fast food ou que trabalha na faxina. Ele é uma personagem invisível que ganha visibilidade ao tentar se aproximar de William em seus últimos dias antes de ir para a montanha e convencê-lo, da sua maneira, a não se suicidar.
Aliado a Solo, a pequena enteada Alice traz um pouco de vida ao filme, se tornando uma personagem de alívio e alegria tanto para Solo quanto para William, nas suas tristes rotinas.

Engana-se quem acha que o filme gira em torno da vida de William e Solo; o filme gira em torno da vida de Solo somente, e William passa por ela como um sopro. A ótica do filme é pelo ponto de vista dele, e William não chega sequer a dizer os motivos que o levariam ao suicídio.A própria crise que Solo passa em seu casamento denota seu desejo de mudança. Seja ela uma mudança na perspectiva de vida, seja ela na forma como quer ser visto, um cidadão com qualidades e que tem sonhos de mudar de vida.

Um filme bonito pois o silêncio presente nele, com as boas atuações de Souleymane Sy Savane (esse eu tive que copiar do IMDB!) e de Red West mostram mais do que se tivesse diálogos. Certas coisas não precisam ser ditas; às vezes quando as dizemos elas perdem o significado.

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