sábado, 1 de maio de 2010

Garota Fantástica (Whip It, 2009)




Quinta-feira estava meio chateada e resolvi alugar dois filmes pra assistir, coisa que não fazia há muito tempo. Não queria filmes românticos, dramáticos, lacrimosos nem nada do gênero. Bati de frente com um filme que me chamou a atenção primeiro pela capa: uma menina andando de patins. Segundo pela atriz: Ellen Paige, atriz jovem canadense revelação em Juno. É verdade que as pessoas estabelecem uma relação de confiança com um filme quando gostam de um ator e sabem que ele também faz filmes do seu interesse. E Juno foi uma verdadeira surpresa quando vi, pois me lembrou uma fase de filmes alternativos que há muito tempo tinha esquecido - até porque Hollywood absorveu esses diretores e roteiristas da década de 1990 em pouquíssimo tempo. Ao ver Garota Fantástica, que esperava ser apenas entretenimento, me surpreendi; roteiro bem feito, apesar do fantástico mundo das roller derby (que eu não conhecia) ter saltado na tela mais como uma ironia relacionada a garotas poderosas do que com seriedade. Mais surpresas: além de Marcia Gay Harden como mãe de Bliss Cavender (Ellen Paige), Drew Barrymore, Juliette Lewis e Jummy Fallon no filme. Daí eu não resisti e olhei quem dirigia, coisa que não tinha feito na pressa de chegar logo em casa e colocar o filme no dvd. A diretora era a própria Drew, o que explica o elenco conhecido (Fallon e Lewis são amigos dela). Bom, minha curiosidade aguçou mais ainda.

A história do filme gira em tordo de Bliss e sua mãe, que tem uma vida pacata numa cidade mais pacata ainda no interior do Texas. Sua mãe insiste que a menina seja ganhadora de concursos de beleza, enquando a menina é um patinho feio na escola. Trabalha no Oink Joint (sim, o filme é bem alegórico), é roqueira e desajeitada, além de usar um óculos enormes (clichê...). A menina porém vê um cartaz de apresentação das Roller Girls, que bizarramente são meninas que participam de competições de velocidade em pistas ovais de patinação. Com pouca roupa e muita violência. Uma arena de espetáculos bizarros. Ela se encontra e a partir daí começa a treinar escondido com as Roller Girls e a sair com um menino que assiste as competições.

O filme além de ter um bom roteiro, tem boas atuações (principalmente de Paige e Harden, ponto pra Drew), uma trilha sonora excelente, que não podia deixar de ter Little Joy (banda do namorado de Drew), e uma crítica à sociedade norte-americana e a conformação numa vida bucólica que não oferece muita oportunidade aos jovens.

Bom, surpreendente e com pitadas de humor bem sarcástico, com uma roteirista muito boa (a autora do próprio livro, Shauna Cross), o filme lembra muito Nick Hornby. Quem não leu ainda, leia algum livro dele, ou veja About a boy, High Fidelity, pra ter uma ideia.

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