sexta-feira, 30 de julho de 2010

Nina's Heavenly Delights



Nina's Heavenly Delights é um filme indo-escocês cujo nome em português eu não sei exatamente qual é. Isso porque no cinema estava "Amor e outras delícias", mas na internet já o achei com dois outros nomes: "Índia, amor e outras delícias" e "Uma receita de amor". Eu acho que um dos grandes problemas dos filmes quando chegam ao Brasil é a escolha dos nomes. A maioria tem um nome comercial bobo e que muitas vezes não tem a ver com o título original. O título original é mais bonito,sonoro, interessante e não gera confusões, então vou mantê-lo.

Uma segunda coisa que me chamou a atenção no filme (antes de fazer a crítica dele) foi a demora dele chegar às telas. O filme é de 2006! E chega ao Brasil em 2010? Francamente...what a shame.

Bom, Nina's Heavenly Delights conta a história da jovem Nina (Shelley Conn), cozinheira escocesa descendente de indianos cujo pai tem um restaurante (o Taj) e a ensina desde pequena as delícias da culinária indiana. Porém, ao falecer, o pai deixa o restaurante e dívidas, e somente Nina está disposta a tocá-lo. O filme é uma comédia romântica com aquela "puxada gastronômica" que está se tornando comum em muitos filmes e pode-se dizer que não tem uma produção muito apurada - tem problemas sérios de roteiro, edição, filmagem de externas e outras coisas que o fazem ser um filme mediano. Porém, a temática dele é bem interessante: mostrar famílias imigrantes indianas na Escócia (e pode-se dizer que as externas gravadas de verdade em Glasgow são lindas...mas eu sou suspeita, meu sonho é conhecer a Grã-Bretanha, toda ela! :D), além de tratar-se de uma comédia romântica onde o casal principal é gay. É isso aí, Nina é gay e conhece uma jovem, Lisa (Laura Fraser), que a ajuda na cozinha do Taj, e se apaixona por ela e...o resto, bom, não vou contar, mas o filme tem tudo aquilo que você pode esperar de um filme romântico.

Bom, aí vocês me perguntam: qual o problema, filmes com casais gays? Depois de Brokeback Mountain já surgiu um monte... Aí eu digo: bom, não um filme que trata de uma família tradicional, mesmo que imigrante, indiana, e tem o elenco todo indiano, e com produção indo-escocesa, que mostra duas jovens mulheres em um relacionamento gay. Isso não é lá muito comum, não é? Ok, isso faz o filme se tornar mais interessante. Primeiro porque os relacionamentos gays na cultura indiana ainda são um graande tabu (se já é na nossa, imagina na deles). Segundo porque até mesmo hoje em dia, é muito difícil ver filmes (filmes não "adultos", meninos!) que tratam de relacionamentos homossexuais femininos. Quem se lembra de algum, levanta a mão (ou melhor, comente abaixo!:D). As pesquisas já mostram que o relacionamento amoroso entre mulheres é muito menos aprovado pela sociedade do que o relacionamento entre homens. E acho que o filme trata isso com naturalidade, tenta quebrar tabus (o melhor amigo de Nina é um transexual) e diverte como uma comédia romântica que, convenhamos, tem um roteiro fraquinho, mas pelo menos trata de questões interessantes.

O filme peca muito na qualidade e na previsibidade. O orçamento percebe-se de longe que é fraco e os efeitos especiais...bom, teria sido uma boa ideia tirá-los, já que não ficaram bons mesmo! Cenas externas gravadas em estúdios, fantasmas que aparecem e desaparacem em efeito fade, além de falta de uma atuação forte da protagonista que apesar de tentar, não convenceu muito no papel jovem determinada-apaixonada-confusa. A história do romance é bem previsível logo no início e as reviravoltas também. E a comida indiana...bom essa é de dar água na boca! (para quem gosta)

Nina's Heavenly Delights é um filme, porém, bom para ser visto de forma despretensiosa, com amigos, um namorado (desde que ele não seja um preconceituoso de carteirinha e se for, larga ele na porta e vai assistir sozinha!), num fim de tarde ou num dia em que você está de bobeira sozinha passeando pela cidade. Ele também mostra uma realidade interessante da vida de imigrantes em Glasgow (inclusive Nina tem uma irmã que faz dança tradicional escocesa, o que causa um certo impacto à primeira vista, mas que diabos, elas são escocesas, ué!) e tem uma temática interessante.

PS: me sinto meio ultrajada de ter ido ver um filme no cinema de 2006 em 2010! Isso é o que enfraquece o cinema...

domingo, 25 de julho de 2010

Tudo pode dar certo (Whatever works)



Um filme de Woody Allen é sempre um filme de Woody Allen. E é muito difícil fazer uma crítica de Tudo pode dar certo porque o último filme que vi dele foi Vicky Cristina Barcelona. Filmaço. E um dos filmes que está no “top 10” da minha lista de filmes preferidos é A Rosa Púrpura do Cairo (fantástico). Bom, o que me chama a atenção nos filmes de Allen é a agilidade dos roteiros e diálogos em seus filmes e a sua capacidade de contar histórias de relacionamentos – dos mais simples aos mais conturbados. E aí está a graça em seus filmes, pois nenhum relacionamento é perfeito, e a fantasia criada por Hollywood de “felizes para sempre” com certeza não cola para Allen.

Também não sou muito fã de cinema “explosão”. Estou longe também de querer ver só filmes europeus ou de pequenos circuitos. Adoro o cinema americano – mas o cinema inteligente, independente, das novas ideias, de roteiros incríveis. Allen transporta para seus filmes uma aura de simplicidade, com pitadas de comédia e reflexões sobre a vida, mostrando que o ser humano é muito complexo quando se trata de seus sentimentos. Os relacionamentos são complexos e as pessoas tem uma capacidade de metamorfose durante a vida que impressiona. E é isso que Allen faz, mostrar essa metamorfose. Bom, vou parar de devanear sobre Woody Allen e falar um pouco sobre o filme.

Tudo pode dar certo é um desses filmes que faz você refletir sobre a importância dos relacionamentos, mesmo aqueles que você acha que nunca poderiam dar certo, acabando com diversos estereótipos sociais existentes. Ele conta a história de Boris Yelnikoff, um ex-professor de física e "quase ganhador do prêmio nobel", como gosta de dizer, que vive recluso em um apartamento em Nova York e passa os dias ensinando xadrez para crianças. Ou melhor, torturando criancinhas que querem aprender xadrez. A personagem de David tem poucos amigos, reclama muito da vida pois não vê mais sentido no universo e como ele funciona, tenta se suicidar num plano que não dá certo e não crê mais em muitas coisas no mundo, somente em que ele é um local de meros acasos.

Numa bela noite em Nova York (chuvosa e fria, é claro), Boris conhece Melody Saint'Ann Celestine (adoro o humor do Woody Allen :P), uma jovem da Louisiana com cerca de dezoito anos e pouco afeita ao ensino, e a abriga depois de muita insistência em sua casa. A convivência com a menina, que Boris acredita ser o oposto de tudo aquilo que ele já viveu em um relacionamento, o faz questionar sobre as chances deles, de origens totalmente opostas e estilo de vida totalmente diferente, se encontrarem, e acaba percebendo isso como um "sinal", como se o universo tivesse uma capacidade incrível de criar acasos. Na verdade, Boris acaba se afeiçoando a ela, que apesar de toda a falta de conhecimento em física e discussões sobre a relatividade, ri do que Boris fala, ouve e repete suas teorias e aceita as crises de pânico e o TOC que Boris desenvolveu durante a vida.

Tudo pode dar certo trata justamente do inesperado, do novo e da revitalização da vida de Boris - que ele achava que já estava praticamente acabada. Não importa se os relacionamentos são entre pessoas opostas, complicadas ou com idades muito diferentes (bom, não vou comentar muito sobre isso, além de que aqui mais uma vez Allen faz um auto-retrato dele, vide seu relacionamento com sua enteada), eles podem acontecer apesar de todas as leis da física, como diz Boris, dizerem que nunca vão.

No papel de Boris Yelnikoff está Larry David, roterista da série Seinfeld e protagonista da sua própria série Segura a Onda (Curb Your Enthusiasm). Com humor ácido e duvidoso, aparentemente muitos torceram o nariz ao vê-lo protagonizando um filme de Allen, mas Allen queria justamente alguém que tivesse semelhanças com Boris, mesmo que no filme a personalidade dele seja bastante exagerada. No papel de Melody, Rachel Evan Wood, atriz que despontou na adolescência por fazer o filme Aos Treze e ficou mais conhecida pelo papel em Across the Universe (que acho incrível – um musical com músicas do Beatles, podia ser mais genial? :D) e atualmente pela atuação em True Blood.

A partir do encontro de Boris e Melody e da construção de seu relacionamento, outras pessoas surgem nas suas vidas- a sogra, o sogro e um jovem interessado em Melody. E assim é construída a trama de Woody Allen, cheia de reviravoltas e com muito bom humor. Enquanto sua mãe tenta empurrar o jovem galã para a filha, ela mesma começa a rever seus relacionamentos e se interessar em ser ela própria. Melody, por sua vez, é uma jovem determinada e alegre que também amadurece durante o filme e ganhando a confiança e admiração de Boris e sua mãe.

Tudo pode dar certo , ou pela tradução literal, “o que funcionar” em inglês, é um filme para se refletir sobre a natureza dos relacionamentos e mostra que muitas vezes não há muitas explicações, previsões, leis que regulem o amor – simplesmente ele existe e você pode ser surpreendido quando menos espera.

(Talvez me falte um conhecimento maior de Allen para falar sobre sua psiquê, sua relação com as personagens e seu estilo de filmagem, mas para quem se interessar, aqui está uma excelente crítica do filme http://profepedro.wordpress.com/2010/03/14/tudo-pode-dar-certo-whatever-works-woody-allen-2009/ . Como disse antes, esse é apenas um blog sobre as impressões dos filmes que vejo e que eu acho que vale a pena pensar sobre).

quarta-feira, 14 de julho de 2010

Flor do deserto (Desert flower)


Um cenário árido e ao mesmo tempo colorido pelas burcas femininas voando pelo deserto. Assim começa o filme Flor do Deserto, baseado na biografia da supermodelo somaliana Waris Dirie. Flor do Deserto conta a história de Waris desde o momento em que ela deixa sua tribo nômade no interior da Somália até alcançar o sucesso nas passarelas na década de 1980.

Diversos filmes biográficos contam histórias sofridas e da longa caminhada até a fama. Muitos acabam mal, outros bem. Lembro bem de uma biografia que gostei muito, Gia, também baseado na história da modelo de vida errática e viciada em drogas, que acaba pegando Aids e se torna uma porta-voz também da doença na década de 1980 (filme da HBO e primeiro destaque da carreira de Angelina Jolie). Flor do Deserto não é diferente, a heroína passa por uma longa caminhada de sofrimento e auto-descobertas durante todo o longa, até alcançar a felicidade.

O que marca o roteiro do filme é o drama pessoal vivido por Waris não somente em busca da fama ou de uma vida melhor na bucólica Londres no início da década de 1980, mas também do seu sofrimento devido à mutilação genital que passou, costume comum na Somália e em alguns outros países de origem muçulmana. Waris Dirie ficou conhecida por ter denunciado costumes extremamente tradicionais e pouco discutidos no mundo árabe e hoje é porta-voz da ONU na luta contra a mutilação feminina.

Waris sofreu também um grande conflito interno, mostrado no filme, de ter uma origem muçulmana e uma criação rígida e se abrir aos poucos à uma vida ocidentalizada, estrelando campanhas onde desfilava semi-nua, deixando o véu e a burca de lado. Chegou a fazer tratamentos médicos com médicos homens, algo impensável para os muçulmanos mais ortodoxos. Essa mudança não foi fácil e é neste ponto que o filme se torna um retrato fiel e bem direcionado dos conflitos de Waris. Não é somente a vida de princesa que é focado ou o sofrimento pela mutilação, mas todos os passos que a levaram a mudar sua forma de viver e pensar o mundo.

A também modelo Liya Kebede faz - e muito bem, diga-se de passagem - o papel de Waris. De origem etíope, com certeza ela é uma pessoa facilmente identificável com Waris e alcançou o estrelato também no mundo da moda pela sua beleza ímpar. O filme é praticamente Lyia, e Lyia consegue segurar esse papel de forma sublime, o que é muito difícil para uma atriz que está começando no ramo. É claro que a beleza a ajudou; porém, ela conseguiu se transformar na Waris confusa e na Waris determinada, de uma forma muito delicada.

Flor do Deserto é um drama e portanto, quem for mais emotivo pode ir preparando os lencinhos para ir no cinema. O tema é social e árduo, como já havia dito, mas como qualquer heroína do cinema, Waris consegue alcançar sua felicidade e se tornar uma pessoa com voz, levando ao mundo todo os conflitos que muitas mulheres vivem até hoje em algumas partes do mundo e que nem sempre são discutidos - ou conhecidos.

domingo, 11 de julho de 2010

Soul Kitchen (Soul Kitchen)




Vi esse fim de semana dois filmes difíceis de se fazer a crítica. Talvez porque tenham uma estética diferente ou uma história pessoal e com um tema árduo.

Bom, o primeiro, Soul Kitchen, é um filme alemão de Fatih Akin, diretor de origem turca o qual os outros filmes ainda não vi, mas pelo que li, me parece que têm uma temática bem diferente dos primeiros. Uma coisa que me chamou a atenção e que eu também li nas críticas: a questão dos conflitos culturais, presentes no papel de Zinos (Adam Bousdoukos), o dono de origem grega do restaurante que tem como tema a música soul dos anos 1970, e que tem pouco a ver com o jeito alemão sério e erudito (tanto o restaurante quanto o próprio Zinos).

Zinos Kazantsakis é a personagem principal da história. De família imigrante grega e casado com uma alemã de família tradicional, logo no início da trama é forçado a ir a um almoço com a matriarca da família e mais suas dezenas de primos e tios. Dono do restaurante inspirado na música que tanto gosta, Zinos o toca como uma pequena lanchonete que serve a comida mais tradicional, enlatada e sem graça possível, e tem um público cativo. Todos os dias, sua rotina é igual e ele conta com a ajuda de Lucia e do barman Lutz, que tocam o restaurante que fica à beira do rio em Hamburgo, num velho galpão gigantesco.Nos fundos do galpão mora Sokrates, um idoso grego que vive reclamando de tudo - e pegando no pé de Zinos, principalmente.

Com a namorada indo embora para ser correspondente em Xangai , Zinos começa a ficar de "saco cheio" da sua rotina, e decide ir morar com a namorada. Porém, não pode deixar seu restaurante, mesmo que seja um "pé sujo", sozinho. Seu irmão, que acaba de sair da prisão, poderia tocá-lo, mas deixar o local nas mãos de um apostador compulsivo não seria uma boa ideia. O herói da história ainda sofre com um problema de hérnia que o deixa mais estressado do que geralmente o é. Acaba conhecendo assim duas personagens que vão se interessar pela Soul Kitchen mas por motivos diferentes: Thomas Neumann (Wotan Wilke Möhring), um especulador imobiliário que só está de olho no galpão, e o chef prestigiado mas com temperamento "cáustico" Shayn Weiss (Birol Ünel). Este ensina Zinos, ao longo da trama, a cozinhar com "alma", que era aquilo que Zinos acaba descobrindo que precisava para o seu restaurante.

Bom, críticas à parte, Soul Kitchen me causou estranheza pelo fato de não ser uma simples comédia (mas também eu não esperava só isso de um filme alemão, apesar de conhecer pouco a estética, o humor é bem mais contido e direcionado), não é um simples filme de aventura, apesar de parecer em certos momentos um thriller contando as desventuras do herói anti-herói, Zinos, e também não é um filme que se assemelha aos do gênero sobre cozinha ou a arte de cozinhar (cujo melhor filme é um que vi há muuuuuito tempo, Comer, beber e viver, do Ang Lee - antes dele ficar famoso por Tigre e o Dragão e Razão e Sensibilidade). Acredito que na verdade ele mistura um pouco de tudo e é original, porque não segue uma lógica que geralmente nós teríamos ao ir ao vê-lo.

Há que se dizer que na verdade, o restaurante ganha "alma" com a vinda do novo chef e com a ajuda dada pelo irmão de Zinos e pelos seus ajudantes, mas somente Zinos garante a alma do lugar, apesar de lutar de certa forma durante o filme contra o fato que de sua esposa ter ido para Xangai e ele não poder ter ido. Zinos também volta a "ganhar sua alma", esquecida pela rotina, com a música que tanto gosta (e convenhamos, também não nos lembra nem um pouco música tradicional alemã nem o estilo de vida alemão) e com a comida que nunca soube fazer mas tem a oportunidade de aprender com o famoso chef contratado.

É claro que existe ainda toda uma discussão em relação à estética do filme, ambientado em Hamburgo e numa região portuária que está se revitalizando, mas eu não manjo muito disso. Aconselho a lerem essa crítica que é bastante pertinente ao assunto:

http://omelete.com.br/cinema/critica-soul-kitchen/

Soul Kitchen é isso, um filme original sob um olhar estrangeiro (isso é importante, os dois roteiristas são Fatih Akin, o diretor, e Adam Bousdoukos, que interpreta Zinos), que contradiz o tradicional e o novo e com uma linguagem bem inovadora (apesar de ser difícil eu falar sobre isso também, pois não conheço os outros filmes desse diretor. Aliás, ando muito relapsa, há alguns anos atrás eu já o teria visto no Festival de Cinema do Rio ou nas salas do grupo Estação). No final, sentimos que a epopeia de Zinos valeu a pena, afinal, ficamos com uma vontade de comer em um restaurante como o dele, com sua própria alma e com muito ritmo.

quinta-feira, 8 de julho de 2010

Cartas para Julieta (Letters to Juliet)



Fui ao cinema, depois de um bom tempo ser ir, e dessa vez vi um filme bem legalzinho, que na verdade, é muito bonito visualmente e tem uma história romântica para contar. Cartas para Julieta é mais uma dessas comédias românticas com um roteiro bem feito, uma produção impecável e que não tem protagonistas hiper conhecidos (o que é um ponto extremamente positivo, pois ultimamente só vejo lixo desse tipo de gênero).Para quem não gosta muito do gênero, nem precisa ler a crítica. Para quem gosta, bom, então é do meu time (de românticas :)). Além disso, ver comédias românticas, bem no estilo Hollywoodiano, faz bem para a alma. Vejam que vocês vão se sentir mais leves no final.

Cartas para Julieta conta a história de uma jovem escritora e jornalista (não, não é Julieta! Seu nome é Sophie), que viaja numa "pré-lua-de-mel" com o noivo à Itália, mais especificamente para a cidade de Verona, conhecer o local "ninho de amor" que inspirou Shakespeare. Seu noivo, Victor, é um chef ítalo-americano simpático, falastrão e diga-se de passagem, lindo (Gael Garcia Bernal, sem comentários) que ao chegar na cidade só pensa em viajar pelo interior do país para conhecer fornecedores de vinhos, trufas, massas e aprender receitas diversas. Desapontada com o noivo, Sophie resolve conhecer a cidade sozinha e chega à "Casa de Julieta", local onde jovens de todo o mundo deixam cartas pedindo conselhos e falando sobre seus desencantos amorosos. Curiosa, Sophie observa as cartas sendo levadas o tempo todo para um restaurante e lá se depara com as "Julietas" de Verona, mulheres que todos os dias lêem as cartas e as respondem, dando conselhos ou esperanças às jovens desiludidas.

A partir daí, Sophie se torna amiga das mulheres e resolve ajudar com as cartas em inglês e por acaso acha, entre outras cartas no tal "muro das lamentações", uma antiga carta de 1957, de uma jovem inglesa que tinha dúvidas em se casar com um jovem italiano que se apaixonara quando esteve na Toscana de férias. Sophie responde a carta, e em poucos dias, conhece Claire, a agora senhora então jovem na época que acabou fugindo do italiano e voltando para a Inglaterra. Agora viúva, com um jovem neto, Charlie, Claire sai em busca do seu "verdadeiro amor", numa viagem belíssima de carro pela Toscana e Sophie se convida para ir junto, se envolvendo romanticamente com Charlie.

Ufa! Parece meio complicado, mas acho que não é. A história do filme é realmente permeada de clichês românticos, com direito à beijo roubado, brigas entre os jovens e risadas pelo caminho, na busca do italiano fonte da paixão de Claire. Deixada de lado pelo (lindo, vou repetir!) noivo, Claire aos poucos começa a pensar se deve deixar o romantismo de lado e ficar com Victor ou ficar com aquele que realmente está se apaixonando, Charlie.

Amanda Seyfried faz o papel de Sophie. Muito tem sido dito em relação à atriz (parece uma mistura de Michelle Pfeiffer e Dakota Fanning :D), que ela está despontando como uma forte atriz em Hollywood, não é só carinha bonita, etc. Mas eu já a conhecia de outros seriados e filmes, e por isso gosto da menina, ela tem talento (ela fez a Needy de Garota Infernal, veja a crítica abaixo! E a primeira vez que a vi, duvido que alguém tenha lembrado: ela fez a amiga assassinada de Veronica em Veronica Mars, seriado espetacular que foi ao ar há quatro anos. Durou apenas duas temporadas). No papel de Claire Smith, a excelente atriz Vanessa Redgrave, que continua linda, diga-se de passagem. No papel de Alberto, o italiano deixado para trás por Claire, Franco Nero, famoso ator de western italiano, que também é um homem muito bonito - e apesar da pouca participação no filme, excelente ator. No papel do jovem Charlie, o australiano Cristopher Egan, meio sem graça no papel (também, como competir com Gael, que além de lindo - de novo! :D - é muito talentoso?Fica aquele gostinho de que...Sophie trocou gato por lebre. Porém, ele é um pobre menino com bom coração - isso é o que importa).

As paisagens do filme foram os motivos que me levaram a vê-lo em primeiro lugar. A Itália toda, por si só, é linda. Ainda farei uma viagem de carro por lá - tenho certeza. E em relação ao filme (voltando ao filme, aliás), vale a pena conferir, para aqueles que acreditam em amor à primeira vista ou que só são românticos e esperam um dia encontrar um parceiro para a vida.