quarta-feira, 5 de janeiro de 2011

Sempre ao seu lado (Hachiko: a dog's tale)



Voltando ao blog em 2011 a todo vapor. Muita coisa para fazer! O lance é não desistir e ir até o final. E é claro que eu não ia esquecer do meu blog querido. Sem mais desculpas em relação ao tempo, vamos lá.

Hachiko ou Hachi(prefiro o nome em inglês ou em japonês) é um filme triste. Triste e bonito. Não estou querendo dizer para todo mundo desistir de alugar, porque não é esse o objetivo. Estou dizendo: vejam sim, e se emocionem. Eu chorei pra caramba. E olha que eu não sou de chorar em filme com animais, ou dramas rocambolescos. Mas Hachi trata de dois assuntos muito importantes na vida de todos: amor e lealdade. Para ilustrar o meu ponto de vista, vou recorrer a uma frase de um humorista americano que pouco se conhece - pelo menos na internet - mas que disse: " a dog is the only thing on earth that loves you more than he loves himself" (um cachorro é a única coisa no mundo que ama mais você do que a ele mesmo). Isso se traduz em Hachi : o amor do cachorro pelo seu dono é maior do que qualquer outra coisa e que todas as adversidades.

A história de Hachi é baseada em um episódio, conhecido e contado no Japão até hoje, de um cachorro da raça Akito que se torna tão companheiro de seu dono que o espera na plataforma do trem todos os dias, no mesmo horário. Hachi é um cão diferente dos outros; ele não corre atrás de bolas, não brinca com crianças, não se apega à família que o cria, ele é leal ao seu dono e faz de tudo por ele.

A história começa em uma fria plataforma de trem em uma pequena e fictícia cidade norte-americana. Hachi, filhote e acoado, perdido no lugar, procura por alguém que o ajude e escolhe o Professor Wilson (Richard Gere), que está voltando do trabalho. A partir daí, Hachi o elege como seu grande amigo e não o larga nunca. Nos dias mais gelados de inverno, ele acompanha Wilson até a plataforma quando ele vai trabalhar e na volta, espera seu dono fielmente e pontualmente em frente à estação de trem.

Hachi, mais que tudo, é um filme que mostra uma relação de amizade que se estabelece entre o animal e seu dono; algo que como Josh Billings tenta explicar, é irracional e racional. Racional porque Wilson acolhe o cachorro em momentos de perigo, o trata como um membro da família, cuida dele em todos os sentidos, então a retribuição do carinho do animal é natural. Porém, é irracional porque o cachorro o ama incondicionalmente - e o espera durante nove anos em uma plataforma de trem, sempre no horário de chegada e saída do seu dono ao trabalho.

Não fiquem furiosos, eu não contarei o final do filme; ele é baseado em uma história verdadeira que só virou filme devido à lealdade do cão de ir todos os dias esperar seu dono na plataforma. Incondicionalmente, o cachorro era leal ao dono e o amava profundamente. Virou notícia de jornal no Japão, na década de 1920 - não, o filme não é baseado em uma história real norte-americana. E é claro, a participação de Gere na filmagem como o dono de Hachiko era mais que certa, sabemos que ele tem uma relação profunda com o oriente e com a religião budista (acho que é o ator ocidental que mais fez filmes no Japão e na China. Um mercado difícil de se inserir).

Baseado em uma história verídica e com direção de Lasse Hallstrom, diretor sueco mais conhecido por Regras da Vida e Chocolate (apesar de eu amar Gilbert Grape, cuja direção é dele também) e sua direção minimalista, o filme conta ainda com uma atuação contida e impecável de Joan Allen (vejam A Vida em Preto e Branco - filme excelente com uma atuação idem dela), conta ainda com a participação do sempre bom também Jason Alexander (o eterno George Constanza de Seinfeld) e de Erick Avari, ator indiano famoso em Hollywood.

A conclusão que tiro é que o filme é bonito pra caramba. Não somente pela fotografia, que é excelente, nem pelos cachorros que interpretam Hachiko filhote e na vida adulta, que roubam a cena (são tão fofos que dá vontade de dormir agarrada com eles), mas pela mensagem que ele passa, de que realmente existem amores que duram a vida toda - e que a lealdade de um cão ao seu dono é algo tão bonito que não é à toa que eles são considerados o melhor amigo do homem. Não se acanhe em chorar, porque chorar, vendo este filme, faz bem à alma.

3 comentários:

  1. Este comentário foi removido pelo autor.

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  2. Na verdade, o filme nos leva a uma análise internA: Lealdade é comumente utilizada por nós, seres supostamente RACIONAIS, ou somente a conhecemos pelo dicionário? Sem sombra de dúvidas, Hachi não é somente um bom filme, mas um MAGNÍFICO exemplo de companheirismo e lealdade.

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  3. Concordo,Hachi é magnífico, mas acho que somos racionais sim. Demais. E individualistas também. Por isso a dificuldade de entender certas atitudes como a de Hachi. ;)

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