sexta-feira, 14 de março de 2014

Dallas Buyers Club (2013)


Nas duas últimas semanas vi três filmes que concorreram ao Globo de Ouro e creio que pelo menos dois concorrerão ao Oscar: August-Osage County, Philomena e Dallas Buyers Club. Engraçado que dos três dramas, diga-se de passagem muito bons, o que ficou martelando na minha cabeça foi o Dallas Buyers Club, que eu esperava menos. 

Matthew McConaughey surpreendente como Ron Woodrof
Não sei se foi por causa da impressionante atuação de Matthew McConaughey (que convenhamos, pra me impressionar ele tinha que bater as atuações de Meryl Streep e Judi Dench, ou seja, não foi mole não), que definhou para fazer o papel do cowboy de rodeio/eletricista/con man/white trash que descobre que é HIV positivo, em uma época em que o preconceito era escandalosamente maior e os remédios de combate à doença ainda estavam caminhando a passos pequenos (o filme começa em 1985).

O filme conta a história de Ron Woodroof, um texano que descobre a doença em fase já extremamente avançada e, desesperado com os poucos avanços do AZT, droga aprovada pela FDA e ainda em testes, busca novas drogas no México. Porém, com o tempo e sua melhora, Ron acaba não só tomando os remédios mas abrindo um negócio aparentemente muito comum naquela época chamado Buyers Club. Como as drogas estavam classificadas como vitaminas ou não catalogadas como ilegais no país pela FDA, ele passou a vendê-las para outras pessoas, em um valor mensal de 400 dólares, criando assim o Dallas Buyers Club. 

Não vou contar mais da trama, mas o filme é bom, conta uma história verídica (o que eu também não sabia), e faz uma crítica ferrenha à FDA e sua relação com a indústria farmacêutica nos Estados Unidos. A crítica não é infundada, vide a enorme influência política que essa indústria exerce lá. Ron, nos percalços de sua busca pela sobrevivência, conhece o drama de muitas pessoas com HIV, aprende a ser tolerante, dá um show de persistência e ainda ignora os médicos que, calados por força da carreira, não questionavam os terríveis testes feitos com doses altíssimas de AZT em pacientes com estágio avançado da doença.

Ron e Rayon, a transsexual vivida por Jared leto

Pena que a Jennifer Garner não acompanha McConaughey na atuação. Está sofrível, acho que melhor um pouquinho do que seu papel como Electra (que convenhamos, está longe de ser seu melhor desempenho vide a tragédia cômica que foi Demolidor, né?) Em compensação, Jared Leto está ótimo como o transsexual Rayon. Emagreceu horrores também para o papel!

De quebra vou postar uma foto de McConaughey que está incrivelmente magro, esquelético, e com certeza se doou para o papel, não só pelo sacrifício do corpo mas também pela atuação incrível, que creio eu baterá Leonardo di Caprio em O Lobo de Wall Street (se bem que o páreo é duro).

Este é o Matthew McConaughey!


(Publicado no facebook em 20.02.14)

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