domingo, 13 de outubro de 2013

Jobs (2013) & Piratas do Silicon Valley (1999)

                                                  Ashton Kutcher interpretando Jobs

Voltando ao blog! Agora, mais serena e com mais gás, com o objetivo de continuar aquilo que comecei há três anos e amo: falar, assistir, discutir e respirar cinema!

Muitos foram os empecilhos para que eu retornasse: terminei minha tese de doutorado e estou mais descansada depois de quatro anos e meio muito confusos e muito atarefados. Além de, é claro, serem mentalmente estressantes.

Começo esta nova fase do meu movieblog falando sobre não só um filme, mas dois que resolvi assistir logo após o outro. Na verdade, um me trouxe muitas perguntas, e assim busquei o outro atrás de respostas.

Steve Jobs e o grupo de amigos construindo o Apple I na sua garagem

Jobs é um filme novo, bem recente, que fala sobre o Steve Jobs, criador da Apple, e sua vida polêmica no mundo da Informática. Sem dúvida, Jobs foi importantíssimo para a mudança que ocorreu do computador profissional para o pessoal, na década de 1970. Revolucionária, de fato, pois mudou a nossa concepção de mundo. Porém, o filme Jobs deixou lacunas que foram preenchidas, é claro, após ver Os Piratas de Silicon Valley, de 1999, que conta a mesma história mas sob um enfoque bastante diferente.

O filme relata a vida do fundador da Apple de forma intimista e focando na relação dele com Steven Wozniak e as pessoas que o rodearam - namorada, diretores, funcionários, amigos (ou amigo: Wozniak). Steve Jobs foi uma pessoa polêmica porque apesar de toda a revolução proporcionada pelo PC, que foi sim, de certa forma, visionada por ele, ele tinha atitudes bastante desagradáveis com as pessoas que o rodearam. Era reconhecido como narcisista, sádico, tratava mal seus funcionários (criava turnos de 50 horas para o "funcionário que vestia a camisa da empresa", um verdadeiro "Pirata"), e por aí vai.

Como que alguém tão mal vista pela maioria das pessoas que já tiveram trato com ele pode ser tema de um filme na atualidade? Bom, penso eu que a vida dele teve um final trágico mas ao mesmo tempo, de triunfo. Além disso, disse o meu namorado, ele era extremamente midiático - o que o filme deixa transparecer bem.

Jobs e Wozniak com o Apple I

Jobs, entretanto, me deixou algumas dúvidas, que sanei vendo um segundo filme, mais antigo e menos conhecido, de 1999, e que por isso não mostra as mudanças enormes que a Apple passou com lançamento do Iphone, Ipod e Ipad. Os Piratas de Silicon Valley é um filme bem mais interessante, na minha opinião, e muito mais fiel à realidade. Não foca no Jobs, mas na trajetória de vários personagens que viveram o momento de crescimento da indústria da informática e de transformações nas décadas de 1970 e 1980. Nele, são retratados com muito mais ênfase Steve Wozniak (que foi, de fato, o gênio por trás da empreitada da construção do primeiro PC, ele foi o engenheiro que fez toda a máquina!), Bill Gates, Paul Allen, entre outros. Os protagonistas são vários, e não um só.

Os Piratas segue uma linha um pouco mais ligada à meta-linguagem, e deixa bem claro a evolução dos PCs para o espectador que não entende (nem um pouco) estas mudanças operacionais, de sistemas, de hardware.

Noah Wyle interpretando Jobs

Fiquei bastante impressionada quando soube, por exemplo, que a Xerox tinha um centro de pesquisas em Palo Alto que criou o mouse, a interface gráfica, entre outros vááários componentes importantíssimos para o PC que hoje são usados no mundo inteiro, e a empresa rejeitou os mesmos, cujas patentes foram vendidas para a Apple. Fiquei mais impressionada ainda de ver que Bill Gates não foi tão bom moço assim. Era um belo capitalista, se envolveu em uma enorme polêmica por literalmente criar o Windows, um sistema aperfeiçoado, a partir do software da Apple que teve contato devido a um acordo firmado entre a Microsoft e a empresa. No meu entender, ele visualizou algo novo (mais fácil de ser usado e mais bonito esteticamente), e lançou com peso no mercado. Além disso, o filme enfatiza o papel importantíssimo que Wozniak teve nessa empreitada toda e, além de tudo, sua trajetória humilde com as pessoas que o conhecem.

Jobs e Gates

No final das contas, creio que ver os dois filmes é bem mais interessante que um só - quem quiser saber um pouco mais da vida do Steve Jobs, veja Jobs, mas pra entender melhor este momento de transformações na Ciência da Computação, acho melhor ver Piratas. Os dois, na verdade, se completam.

Em relação à estética, creio que Piratas teve um orçamento bem mais baixo, mas com um roteiro bem mais fiel à realidade. No final, gostei de ver os dois filmes e me interessei bastante pois descobri que aqueles objetos que fazem parte do meu cotidiano (internet, notebook, e-mail) foram, um dia, apenas sonhados por várias pessoas - que tornaram isso tudo realidade. O mundo mudou, e vem do desenvolvimento da computação a boa parte das mudanças das quais usufruímos hoje. Uma verdadeira revolução, pois é inegável dizer que vivemos uma nova era com o surgimento do computador pessoal.

PS: Passei a adorar o Steven Wozniak :D

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