domingo, 20 de outubro de 2013

Gravidade (EUA, 2013)

Vi ontem Gravidade, no Imax da Barra, e não podia ter tomado decisão mais acertada. Gravidade é um daqueles filmes pra se ver em grandes salas com som e projeção impecáveis, pois ele é um deleite para os espectadores. As imagens do espaço são inacreditáveis, e o filme prima pela beleza estética o tempo todo.

 Cena do espaço lindíssima

Dito isso, achei Gravidade, enquanto enredo e história cheia de nuances filosóficas, não aquilo que eu esperava. Se por um lado eu sabia que ia me deslumbrar com o visual, por outro as críticas diziam que o roteiro do mexicano Alfonso Cuarón (que eu conhecia por dois filmes bem díspares, E tua mãe também e Harry Potter e o Prisioneiro de Azkaban) era impecável e de tirar o chapéu. Sob a direção também de Cuarón, o filme é um belíssimo exemplo de direção de atores, que interpretam de forma belíssima no longa. Porém, o que eu achei que deixou a desejar no filme foi justamente o roteiro, pois parece que ele transita entre 2001 Uma Odisseia no Espaço com uma aventura espacial empolgante, como Apollo 13, me deixando um pouco confusa em relação ao objetivo dos autores: ação Hollywoodiana típica ou filme existencial e desafiador, no que concerne principalmente aos desafios enfrentados no espaço pela Dra. Ryan Stone (Sandra Bullock).

 Bullock no espaço

O filme se inicia justamente com a Dra. Stone e o Comandante Matt Kowalski (interpretado por George Clooney) fazendo reparos na estação espacial norte-americana, quando, devido à uma chuva de detritos provocada por uma destruição de satélite russo pelo próprio país, os astronautas se veem numa situação de risco enorme e começam a se virar para sobreviver à catástrofe, se tornando os únicos sobreviventes nesta viagem.

Visto este roteiro inicial, que já começa de forma bastante tensa, o telespectador se vê envolvido por uma série de situações angustiantes, mergulhando no filme de cabeça. os efeitos visuais aumentam essa situação de angústia, pois a impressão que o filme dá é que de fato, estamos no espaço. Dra. Stone e o Comandante Kowalski são personagens feitos para nós gostarmos deles, um pela simpatia e definição típica do herói, e ela pela angústia de ser "astronauta" de primeira viagem, uma cientista no espaço, que tem dificuldades em estabelecer uma relação de amizade ou camaradagem com a tripulação.


 Sandra Bullock e George Clooney em cena inicial do filme

Os dois personagens foram muito bem construídos e, diga-se de passagem, muito bem dirigidos. Mais uma vez acho que o trabalho do diretor foi brilhante, pois os atores estão tão bem, mas tão bem nos papeis, que em apenas cinco minutos de filme você já tem empatia com eles. O filme tem uma técnica incrível, não à toa Cuarón demorou cinco anos para finalizá-lo, e por si só, seus efeitos especiais já ganharam o Oscar (minha aposta, pois merece). Porém, o filme, na minha opinião, peca pela quantidade de cenas angustiantes e de ação em que os personagens o tempo todo se veem envolvidos, o que faz a gente achar o roteiro um pouco "demais", já que a ideia é que ele seja bastante fiel ao que ocorre com astronautas no espaço.

 Mais uma cena com visual lindo do filme

No final das contas, saí do cinema um pouco zonza (o Imax tem um som altíssimo e a definição das imagens até assusta, mas o filme tem muitas cenas de astronautas girando, cápsulas espaciais girando, objetos espaciais vindo em sua direção, então prepare-se!) e com a impressão de que o roteiro poderia ser melhor trabalhado, analisando mais a condição humana no melhor sentido "nós somos apenas um grão no universo", e deixando um pouco de lado cenas de ação encadeadas que acabam deixando o filme inverossímil demais.

 Uma das cenas mais bonitas do longa, com Bullock parecendo um bebê no útero

Para concluir, aplaudo Gravidade pelos efeitos especiais impressionantes, pela atuação de Bullock, principalmente, que está muitíssimo bem no papel da Dra. Ryan Stone, e pela direção, que só fez o filme ficar melhor. De fato, é um filme que deve ser visto.

Um comentário:

  1. Eu assisti o filme levada por minha filha,para assisti-lo em 3D! Quase morri! Não é para ser visto por senhoras da 3ª idade, hehehe! Por conta disto, não gostei.
    Agora, você analisa com profundidade e comparações, então, de alguma forma, deve estar certa.

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