quinta-feira, 21 de julho de 2011

Harry Potter e as Relíquias da morte - 1 e 2 (Harry Potter and the deathly hallows - Parts 1 and 2)

Harry Potter é o nome de uma série de filmes, baseada em uma saga de livros infanto-juvenis que conta a história de um menino órfão, rejeitado pela família, que descobre que na verdade é um bruxo e super conhecido em um estranho mundo mágico, onde ele pode fazer tudo que sempre quis e conquista carinho e amizade de pessoas que cruzam seu caminho. Bom, quem não conhece a história de Potter? A saga de livros escrita por J. K. Rowling ganhou status de blockbuster mundial ao ser lançada em filmes, e por isso mesmo, acabou gerando uma renda considerável cinemas afora. Se você é fã de Harry Potter - como eu - ou não é fã, pode assistir a todos os filmes e apreciar a história do pequeno bruxo que acaba se tornando um grande homem. E esta é a real história de Harry Potter: se tornar uma pessoa madura. Muitos jovens estão lamentando o fim da saga, pois esta atravessou a vida deles - a infância e a adolescência, justamente o momento em que eles estavam se tornando adultos.

O primeiro livro da saga, Harry Potter e a pedra filosofal, foi lançado em 1997, e o último, As relíquias da morte, em 2007. A geração de crianças de 11 anos, como Harry, em 1997, hoje tem 25 anos. Claro, todas cresceram. Harry Potter marcou época e é inegável que arrebatou recordes de vendas ( 450 milhões de exemplares de livros vendidos) e se tornou uma das maiores sagas contadas nas telas, traduzida pela Warner, que abocanhou bastante dinheiro com isso(cada filme contou com mais de 900 milhões de dólares de renda de bilheteria, além de jogos, produtos e até um parque temático inaugurado na Disney, que rendem também um dinheiro considerável a autora e aos estúdios Warner e Disney).

J. K. Rowling, uma ex-secretária que afundada em dívidas, escreveu o primeiro livro em um café com o carrinho de bebê do lado (pois não tinha dinheiro para pagar aquecimento em casa), é considerada uma verdadeira “self-made woman”: do nada, conquistou um império, se tornando a segunda mulher mais rica do Reino Unido (após a própria rainha). Assim sendo, vamos ao filme.

Harry Potter e as relíquias da morte conta a história do jovem bruxo (Daniel Radcliffe), já com 17 anos, que junto com Hermione (Emma Watson) e Ron (Rupert Grint), seus fieis amigos e escudeiros, pretendem acabar com Lorde Voldemort (Ralph Fiennes), o bruxo que quer matar Harry Potter e dominar o mundo mágico, destruindo os hoarcruxes, que são objetos mágicos que permitem que Voldemort continue vivo. No meio do caminho, Harry descobre o que Voldemort deseja, além de dominar o mundo mágico: os três amuletos (ou relíquias) que podem fazer com que um homem seja imortal. Assim, Harry e seus amigos se lançam em uma jornada para atingir seu objetivo, fugindo dos dementors e caçadores de recompensa, além dos soldados de Voldemort, que os procuram (Harry se torna o procurado número um do mundo mágico), após a morte do diretor da escola Hogwarts, Alvus Dumbledore (Michael Gambon). Dominada pelos mágicos que apoiam Voldemort, e com Severus Snape (Alan Rickman) como diretor, Hogwarts vive dias sombrios: os alunos não podem se expressar e são punidos severamente, além de serem obrigados a ter aula de magia negra todos os dias. Harry, Hermione e Ron desistem do ano escolar, e escondidos em uma floresta, tentam desvendar onde estão os hoarcruxes que restam, além daqueles já destruídos.

No meio do caminho, Harry é ajudado pelos bruxos da Ordem de Fênix que, mesmo sofrendo baixas e com a morte do Ministro da Mágica, permanece escondida apostando em Harry a única esperança que resta para acabar com o exército de Voldemort e para que impere a paz no mundo mágico. Em uma alusão ao nazismo, Harry, Ron e Hermione vêem esse exército sendo treinado cegamente e a propaganda de ordem sendo imposta nas ruas de Diagonal Alley e no próprio Ministério da Mágica, em uma verdadeira ditadura imposta por Voldemort. No decorrer do segundo filme, a situação fica mais difícil de ser controlada, uma vez que Voldemort se torna mais poderoso, matando e prendendo inimigos, e Harry retorna a Hogwarts, para, junto com os jovens alunos, lutar de igual para igual com os mágicos malvados que acompanham o “Lorde das trevas”.

Destaca-se nesse filme Neville Longbottom (Matthew Lewis), a criança gordinha e desajeitada, que cresce e se torna o líder de Hogwarts contra o exército de Voldemort, o verdadeiro herói do filme. Outro destaque vai para Alan Rickman, que interpreta Severus Snape, em uma atuação emocionante de Rickman e um dos melhores momentos dos filmes/livros de Potter. É claro, não podemos deixar de destacar Ralph Fiennes, o Lorde Voldemort, que também está brilhante no papel, e em toda a saga interpreta de forma perfeita o verdadeiro “mestre do mal”. Outra personagem que é necessário destacar é Dobby, o elfo livre, que se transforma em um verdadeiro herói no final da primeira parte do filme.

Dirigido por David Yates, e com a participação de alguns dos atores mais brilhantes da Grã-Bretanha, como Alan Rickman (Snape), Ralph Fiennes (Voldemort), Helena Bonham Carter (Belatrix, em um papel feito para ela), Julie Walter (Molly Weasley), Robbie Coltrane (Hagrid), Gary Oldman (Sirius Black), a espetacular Maggie Smith (Prof. Mcgonagall), o incrível John Hurt (Ollivander), entre muitos, muitos outros que participaram dos filmes e especialmente destes dois últimos, Harry Potter é um filme que vale - e muito - a ida a um cinema. Não somente pelas interpretações, mas pela história envolvente, bem dirigida e finalização da saga de forma impecável.

O filme As relíquias da Morte é um bom desfecho para a saga do bruxo - quem leu o livro, provavelmente chorou no final (eu não chorei...quase :P). Os fãs de Harry Potter com certeza também ficaram emocionados no desenvolvimento da amizade de Hermione e Harry e no desenvolvimento do romance de Hermione com Ron. O livro é enervante em algumas partes, descritivo demais em outras, mas emocionante no final. Tudo traduzido para as telas de forma excepcional.

Geralmente as traduções de livros pro cinema deixam a desejar, mas aqui, é o contrário: os filmes traduzem em imagens a mágica proporcionada por Rowling, e os detalhes, em exatidão àquilo que é lido. À medida que o filme passa, você relembra os diálogos desenvolvidos no livro, com a mesma intensidade, na trama. É bom reiterar que Ron, Hermione e Harry, mesmo que personagens principais, são ofuscados nesta obra por Neville Longbottom, em um final heróico e espetacular (que é claro que eu não vou comentar aqui, não sou spoiler). Ver a evolução de Neville na saga é emocionante.

Ok, ok, sei que geralmente faço críticas positivas dos filmes e deixo de lado as partes negativas. Mas, neste filme, não há o que contestar: a história flui rapidamente (até por ser uma continuação) e ocorre o fechamento de uma história bem escrita e bem pensada para as telas, com efeitos especiais excelentes (o que era de se esperar) e atuações emocionantes. Não há muito mesmo o que reclamar. Os atores principais são jovens atores que, apesar dos dez anos de filme, ainda estão começando na arte de atuar – por isso, é previsível que sejam ofuscados por atores antigos e premiados. Mesmo dividido em dois que, é claro, gerou lucros imensos para a Warner, seria necessário um filme de quatro horas mesmo para contar a história do livro de 780 páginas, de uma forma bonita e merecedora de atenção.

Eu sou fã de Harry Potter e por isso, assistir as Relíquias da Morte foi uma experiência emocionante - mesmo já sabendo o final há três anos. Não cresci lendo os livros, e por isso acho que o final da saga foi muito mais impactante para os milhares de adolescentes e jovens adultos que, de repente, viram sua infância passar e a idade adulta chegar – acompanhando a vida do bruxinho famoso e vendo que ele, também, como todo o mundo um dia, se tornou adulto.

2 comentários:

  1. Você só esqueceu de falar uma coisa: que ao contrário dos personagens, a platéia do cinema não amadureceu nem um pouco hehehehe

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  2. Pois é, era de se esperar em semana de estreia, nas férias e no Plaza...

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