Vi ontem no ônibus voltando do trabalho Les Misérables, o musical, dirigido por Tom Hooper em 2012. Fiquei impressionada com a qualidade do longa. Achei o filme muito bem dirigido, produzido, com boas atuações e me assustei mais ainda quando li que ele foi filmado com as músicas sendo gravadas ao mesmo tempo, ou seja, o trabalho vocal dos atores foi pesado, e por isso mesmo que certas horas sentia que havia um desafino aqui ou ali.
Hugh Jackman interpretando o prisioneiro Jean Valjean |
A adaptação do musical baseado no livro de Victor Hugo, que é um clássico emocionante sobre o período pós-revolucionário na França, na minha opinião, foi muito boa. Hooper soube adaptar bem o estilo musical para o cinema, o que é muito difícil devido às dificuldades de adaptação do palco para a câmera. E eu já gosto de musicais, imagino que quem não está acostumado tenha menos paciência em ver um longa de duas horas e meia com todos os diálogos cantados.
O que me impressionou mais ainda foram os focos constantes nos atores, o jogo de câmera que deu uma originalidade ao filme e trouxe também mais angústia e sentimentalismo ao mesmo. Sim, eu achei Les Miserables emocionante! Desde um Jean Valjean muito bem interpretado por Hugh Jackman, à Fantine de Anne Hathaway (não vou discutir se ela ou Sally Field mereciam o oscar de coadjuvante, mas posso dizer que Hathaway “entregou” bem aquilo que tinha proposto fazer) e aos jovens revolucionários de Paris, que são uma parte importante do musical.
Valjean resgatando Fantine (Anne Hathaway) |
Acho que os pontos fracos da trama são de uma narrativa às vezes rápida demais, com cenas curtas, como as de Fantine no início do filme, e outras muito longas. O livro perdeu muito na adaptação. Achei muuuito chata a interpretação de Eddie Redmayne como Marius e de Amanda Seyfried como Cosette. Acho que podiam ter escolhido outra atriz para o papel, Seyfried pouco aparece e não está bem, além da idade bem maior que a personagem do livro. Porém, o ápice do filme, com a cena das barricadas na Rua Saint-Denis e do combate entre os jovens revolucionários e o exército foi emocionante, além da participação de Valjean.
A Revolução de 1832 |
Uma coisa é certa: Hugh Jackman está ótimo, e ele consegue se afirmar no papel principal de forma segura e forte: impossível não sofrer com um personagem preso dezenove anos por roubar pão e condenado a fugir eternamente da perseguição do seu algoz, Javert. Russel Crowe, por sua vez, que interpreta o inspetor Javert, não conseguiu fazer um antagonista à altura de Jackman.
Recomendo fortemente o filme, mas recomendo também um lencinho a tiracolo, pois as cenas emocionantes me fizeram chorar no ônibus algumas vezes, o que levou alguns passageiros a me olharem meio esquisito durante a viagem.
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