quinta-feira, 17 de abril de 2014

Les Misérables (2012)

Vi ontem no ônibus voltando do trabalho Les Misérables, o musical, dirigido por Tom Hooper em 2012. Fiquei impressionada com a qualidade do longa. Achei o filme muito bem dirigido, produzido, com boas atuações e me assustei mais ainda quando li que ele foi filmado com as músicas sendo gravadas ao mesmo tempo, ou seja, o trabalho vocal dos atores foi pesado, e por isso mesmo que certas horas sentia que havia um desafino aqui ou ali.

Hugh Jackman interpretando o prisioneiro Jean Valjean

A adaptação do musical baseado no livro de Victor Hugo, que é um clássico emocionante sobre o período pós-revolucionário na França, na minha opinião, foi muito boa. Hooper soube adaptar bem o estilo musical para o cinema, o que é muito difícil devido às dificuldades de adaptação do palco para a câmera. E eu já gosto de musicais, imagino que quem não está acostumado tenha menos paciência em ver um longa de duas horas e meia com todos os diálogos cantados.

O que me impressionou mais ainda foram os focos constantes nos atores, o jogo de câmera que deu uma originalidade ao filme e trouxe também mais angústia e sentimentalismo ao mesmo. Sim, eu achei Les Miserables emocionante! Desde um Jean Valjean muito bem interpretado por Hugh Jackman, à Fantine de Anne Hathaway (não vou discutir se ela ou Sally Field mereciam o oscar de coadjuvante, mas posso dizer que Hathaway “entregou” bem aquilo que tinha proposto fazer) e aos jovens revolucionários de Paris, que são uma parte importante do musical.

Valjean resgatando Fantine (Anne Hathaway)
Acho que os pontos fracos da trama são de uma narrativa às vezes rápida demais, com cenas curtas, como as de Fantine no início do filme, e outras muito longas. O livro perdeu muito na adaptação. Achei muuuito chata a interpretação de Eddie Redmayne como Marius e de Amanda Seyfried como Cosette. Acho que podiam ter escolhido outra atriz para o papel, Seyfried pouco aparece e não está bem, além da idade bem maior que a personagem do livro. Porém, o ápice do filme, com a cena das barricadas na Rua Saint-Denis e do combate entre os jovens revolucionários e o exército foi emocionante, além da participação de Valjean.
A Revolução de 1832
Uma coisa é certa: Hugh Jackman está ótimo, e ele consegue se afirmar no papel principal de forma segura e forte: impossível não sofrer com um personagem preso dezenove anos por roubar pão e condenado a fugir eternamente da perseguição do seu algoz, Javert. Russel Crowe, por sua vez, que interpreta o inspetor Javert, não conseguiu fazer um antagonista à altura de Jackman. 
Recomendo fortemente o filme, mas recomendo também um lencinho a tiracolo, pois as cenas emocionantes me fizeram chorar no ônibus algumas vezes, o que levou alguns passageiros a me olharem meio esquisito durante a viagem.


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