segunda-feira, 14 de janeiro de 2013

Jesus Henry Christ (2012)

Finalmente de volta ao meu blog, aquele que abandonei há tanto tempo...mas nada como voltar. There's nothing like home! E esse espaço deixa eu me sentir como em casa. Pra (re) começar, só mesmo um filme inusitado e legal pra me fazer ter vontade de escrever. E claro, um pouco mais de tempo. Esse filme se chama Jesus Henry Christ, que em português ganhou a triste tradução de A origem da vida. Mais uma vez, porquê? Ninguém sabe. Jesus H. Christ é o nome que a mãe de Henry (Jason Spevack), o personagem principal do filme, clama toda vez que está nervosa ou abismada. No filme, Henry é mesmo comparado a Deus, ou algo inexplicável. O menino, que com nove meses começa a falar e tem QI maior de 200, é filho de proveta e tem uma mãe ativista e feminista, que reluta em deixar que o filho seja tratado de forma diferente. O filme tem uma estética bem diferenciada, bastante impactante até, por assim dizer. Um estilo "Amélie Poulain", mas sem a meta- linguagem de Amélie. Sua mãe, Patricia (Toni Collette), filha de uma família que teve cinco filhos, vê sua família desaparecer aos poucos, deixando-a para cuidar de seu pai, Stan, que é o "guru"de Henry na história. Não satisfeito com as explicações da mãe sobre a sua origem, é com o avô politicamente incorreto que Henry consegue as explicações e passa a entender melhor o porque ele é o que ele é. Consegue o nome de seu verdadeiro pai, um professor de Psicologia, que utilizou a filha como experimento para comprovar se o homossexualismo seria biológico ou social (lançando um livro e expondo a filha com apenas 12 anos, que se torna o alvo fácil de bullying na escola). Entram aí em cena Michael Sheen como o Dr. O'hara e Samantha Weinstein como Audrey O'Hara, filha revoltada do psicólogo que a deixou ser exposta. Henry entra na vida dos dois sutilmente, após conseguir ler o livro em apenas minutos com sua memória não apenas fotográfica, mas "filmográfica". Se conhecer a sua "nova família" o deixa feliz, é a partir desta viagem de auto-conhecimento que Henry passa também a conhecer melhor a mãe e a família dela, entendendo que sua origem é privilegiada nos dois lados da família. Jesus H. Christ é um filme (talvez) adequado para toda a família, com o estilo do Wes Anderson, com personagens carismáticos e reflexões filosóficas sobre a vida e a família. Com certeza ele diverte, seja pelas cenas inusitadas e boa fotografia, seja pela reflexão que traz, sendo uma boa atração para qualquer idade. Com direção e roteiro de um estreante diretor, Dennis Lee consegue segurar o longa mesmo que, ao final, ele mostre que na verdade seu filme é um drama maior do que comédia, mas que traz personagens cativantes e que você não verá em qualquer filme. Pra terminar, Toni Collette, sempre muito bem, segura o filme como se fosse uma pena no ar. Isso me lembra que tenho que rever um dos filmes que mais gosto, O Casamento de Muriel, com a estreante Collette mostrando que veio ao mundo para atuar. E Jesus H. Christ, como que o HD muda a nossa forma de ver filmes! A fotografia é muito boa, e as cores "saltam" da tela, assim como todas as rugas e pintinhas no rosto de Collette. Quem sabe é o realismo fantástico entrando nas salas de cinema (ou na sua sala) :P .

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